O dólar opera em forte alta nesta sexta-feira (29), último pregão de novembro, com o cenário fiscal brasileiro ainda no radar. Logo nos primeiros momentos do pregão, a moeda já era negociada acima dos R$ 6 — nível que atingiu, pela primeira vez na história, ontem.
O que segue pesando contra os ativos brasileiros são os anúncios feitos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na última quarta-feira (27) e detalhados ontem. O governo vai enviar ao Congresso um pacote de medidas que prevê cortar R$ 70 bilhões em gastos públicos em 2025 e 2026 e R$ 327 bilhões até 2030.
As medidas preveem mudanças no salário-mínimo, em programas sociais, aposentadoria de militares, emendas parlamentares e outros pontos. O pacote era amplamente esperado pelo mercado e total de R$ 70 bilhões em cortes era visto com bons olhos.
No entanto, o anúncio, junto ao pacote de cortes, de uma proposta para isentar pessoas com rendimentos de até R$ 5 mil da cobrança do imposto de renda pegou mal e gerou dúvidas sobre a eficácia dos cortes.
Segundo Haddad, a expectativa é que a isenção custe R$ 35 bilhões ao governo, mas o ministro destacou que a intenção é que esse saldo seja compensado pela taxação dos mais ricos. A proposta inclui uma alíquota de até 10% para pessoas com rendimentos acima de R$ 50 mil.
Além do cenário fiscal, investidores também reagem aos dados de emprego divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desemprego caiu a 6,2% no trimestre terminado em outubro, no menor patamar da história, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.
Já o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em baixa.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 10h15, o dólar subia 2,00%, cotado a R$ 6,1091. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,1156. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda subiu 1,30%, cotada a R$ 5,9891. Na máxima do dia, chegou a R$ 6,0029.
Com o resultado, acumulou:
- alta de 3,02% na semana;
- ganho de 3,59% no mês;
- alta de 23,42% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa caía 0,22%, aos 124.330 pontos.
Na véspera, o índice encerrou em queda de 2,40%, aos 124.610 pontos.
Essa foi a maior variação negativa diária desde 2 de janeiro de 2023, quando o índice recuou 3,06%, destaca o consultor Einar Rivero, CEO da Elos Ayta. Das 86 ações que compõem a carteira, apenas 8 registraram rentabilidade positiva.
Com o resultado, acumulou:
- queda de 3,50% na semana;
- perdas de 3,93% no mês;
- recuo de 7,14% no ano.
Com informações do G1