Edifício de luxo de R$ 360 milhões ‘encalhado’ na Faria Lima pode finalmente sair


Imagine um edifício luxuoso de 23 andares a poucos metros da Avenida Faria Lima, com apartamentos que variam de 382 metros quadrados a 739 metros quadrados — cujas propagandas já estavam a todo vapor há quase dez anos.

A área construída é de 14,5 mil metros quadrados em uma das ruas mais caras de São Paulo, com valor médio de R$ 24,8 mil por metro quadrado, segundo o levantamento mais recente da Loft. Isso significa que apenas o terreno chegaria a um valor superior de quase R$ 360 milhões.

Em março de 2016, já havia anúncios do Edifício St. Barths na Rua Leopoldo Couto Magalhães Junior, no Itaim Bibi, indicando o início do empreendimento, com um estande de vendas montado quatro meses depois.

As obras do edifício tiveram início de fato em 2018, com a fase de terraplanagem. Em maio de 2019, a estrutura começou a ser erguida e, em março de 2020, os 23 andares do prédio já eram visíveis para toda a vizinhança.

Em 2023, uma reviravolta: as obras foram paralisadas pela Prefeitura de São Paulo. A gestão alegava falta de alvará de execução e dos créditos construtivos necessários.

A carta na manga da Construtora São José

Em 2024, a prefeitura enviou um projeto de revisão para a Operação Urbana Consorciada Faria Lima (OUCFL), aprovado por unanimidade, que criaria uma brecha para que o St. Barths enfim pudesse continuar a sua construção.

Em outras palavras, a revisão em questão originou a lei municipal número 18.175, cujo artigo 17 permite a regularização de edifícios em débito com a prefeitura situados na região da operação. Além disso, o projeto autorizou a realização de um novo leilão de Cepacs, previsto para agosto de 2025.

Em conversa com a EXAME, Edgard Leite, advogado da Construtora São José, empresa responsável pelo edifício, afirma serem justamente os créditos leiloados a partir do segundo semestre que devem fazer com que o St. Barths possa enfim sair da etapa de construção.

“Com o novo leilão a ser realizado possivelmente em agosto, a construtora poderá adquirir os Cepacs e, na sequência, cumprindo todas as disposições administrativas do Ministério Público de São Paulo (PMSP), obter a regularização do empreendimento. A regularização do projeto e o levantamento do embargo da obra são providências administrativas posteriores ao leilão dos Cepacs”, afirma Leite.

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