Hotel Tambaú: dono diz que pretende reabrir em 2026 e investir mais de R$100 milhões

 

O novo dono do Hotel Tambaú, Ruy Gaspar, proprietário do Grupo Occean, afirmou que pretende reabrir o local no final de 2026 e investir mais de R$ 100 milhões na reestruturação da estrutura do prédio. Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o grupo do Rio Grande do Norte passe a administrar o cartão-postal de João Pessoa.

As declarações aconteceram em uma entrevista coletiva realizada em João Pessoa, nesta terça-feira (20), em um hotel no bairro do Jardim Oceania. O proprietário afirmou que, após a obtenção da carta de arrematação, que deve ocorrer depois da decisão favorável da Justiça, será possível tomar posse do hotel e iniciar os projetos de renovação com profissionais locais da Paraíba.

 

A disputa pelo hotel envolve o grupo Occean e a Ampar Hotelaria, da Paraíba. Da decisão do STJ na última semana, o grupo Ampar afirmou ao Jornal da Paraíba que vai recorrer.

 

O proprietário detalhou os planos para revitalizar o Hotel Tambaú, enfatizando a importância de preservar a arquitetura original. Ele mencionou também a intenção de modernizar o interior do prédio e adicionar um parque aquático, inspirando-se na experiência de renovação de um hotel em Natal, também de propriedade do grupo.

 

“O que eu posso fazer, o que eu estou fazendo é procurando pessoas daqui da Paraíba para já dar andamento início em projetos, seja ele elétricos, hidráulicos, a parte de subestação, a parte de bombeiros, essas coisas todas. A gente sabe que está muito destruído, até pelas fotos e pelo que a gente já viu de cima, o hotel está totalmente abandonado. Acho que, diferentemente do antigo Parque da Costeira (hotel em Natal), vai precisar de um reforço estrutural”, disse.

 

Sobre manter a fachada e a arquitetura histórica do hotel, o novo dono afirmou que essa é a intenção do grupo. Também há a ideia de modernizar o interior e resolver problemas de umidade e infiltração, possivelmente substituindo as telhas existentes por uma laje de concreto que não comprometa a identidade visual do hotel.

 

“É uma coisa inegociável, a mudança da arquitetura. A arquitetura do Hotel Tambaru é a coisa mais linda e fantástica que existe. É uma joia que está muito mal cuidada, muito maltratada.E a gente vai mexer na parte interna, óbvio. Mas aquela parte externa da arquitetura, isso jamais, nunca. Só um louco faria um negócio desse. Ali é um cartão postal do mundo. Ele lembra da Varig, que é a nossa maior embaixadora, que a gente já teve na história”, ressaltou.

 

Ainda há também planos para as áreas externas que incluem a manutenção das quadras de tênis e a criação de um novo parque aquático para crianças, visando agregar valor ao hotel e atrair famílias.

 

Sobre o prazo de inauguração em 2026, ele ressaltou que isso pode sofrer variação, por conta das questões jurídicas e também por conta dos aspectos que compreendem qualquer obra.

 

“Meu sonho seria o réveillon de 2026 para 2027. Eu acredito que isso é possível. Não sei exatamente o número de apartamentos que aqui vai ficar, mas em um hotel que revitalizamos em Natal levamos 1 ano e meio, só que não vou repetir essa experiência, porque lá fizemos ‘meio atropelado’. Aqui, pretendo só começar quando tiver tudo aprovado, na prefeitura, nos órgãos locais, e não sei quanto tempo levará isso”, ponderou.

Segundo o proprietário, o hotel em pleno funcionamento pode gerar entre 250 e 300 empregos. O nome do hotel também pode ser mudado, de acordo com o dono, podendo passar a ser chamado de “Occean Tambaú” ou alguma variação.

Decisão da Justiça

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade da quarta turma, no dia 13 de maio, que a posse do Hotel Tambaú, cartão-postal de João Pessoa, passa a ser do grupo Occean, anteriormente chamado de A. Gaspar, sediado no Rio Grande do Norte. O hotel foi leiloado duas vezes e a briga judicial em torno da sua posse se estende desde 2021.

 

A briga na Justiça já passou por diferentes instâncias. No STJ, os ministros reestabeleceram a decisão que valida o resultado do segundo leilão envolvendo o prédio do hotel. Este leilão teve o grupo potiguar como vencedor. (veja a cronologia da disputa abaixo).

 

Entenda passo a passo a briga judicial que envolve o Hotel Tambaú, de acordo com os autos do processo

 

Hotel Tambaú é arrematado em leilão por R$ 40,02 milhões pelo grupo A. Gaspar (renomeado para Grupo Occean), do Rio Grande do Norte, em outubro de 2020

Grupo A. Gaspar desiste do leilão e vencedor é o segundo colocado, o jornalista e advogado paraibano Rui Galdino, que deu um lance de R$ 40 milhões

Rui Galdino afirma que na verdade o seu lance foi de R$ 15 milhões, e não de R$ 40 milhões, e também desiste do leilão

Juiz convoca um segundo leilão

Rui Galdino volta atrás e diz que pagaria os R$ 40 milhões do primeiro leilão

Rui Galdino paga sinal e a comissão do leiloeiro para adquirir o hotel e divide o restante em 12 vezes, mas não paga as parcelas

Grupo A. Gaspar vence segundo leilão com lance de R$ 40,6 milhões, em fevereiro de 2021

Grupo A. Gaspar paga a primeira parcela devida para adquirir o hotel e divide o restante em 80 vezes

Rui Galdino é substituído no processo pelo político e empresário paraibano André Amaral, sócio da Ampar Hotelaria

Em junho de 2022, Ampar quita as parcelas atrasadas e as pendentes do lance feito por Rui Galdino no primeiro leilão, paga impostos como ITBI e taxas do Patrimônio da União e formaliza documentações para se consolidar como dona do Hotel Tambaú

Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro anula o segundo leilão e confirma o resultado do primeiro leilão, com a vitória do segundo colocado Rui Galdino

Grupo A. Gaspar argumenta que a Ampar não participou do leilão e recorre da decisão do TJ-RJ ao Superior Tribunal de Justiça (STJ)

A. Gaspar segue pagando as parcelas devidas do segundo leilão

STJ decide em favor da A. Gaspar e concede a empresa subsidiária o direito de posse do hotel.

O Hotel Tambaú

O Hotel Tambaú, um dos principais cartões-postais da orla de João Pessoa, foi inaugurado no início da década de 1970 e foi um marco arquitetônico e turístico da cidade. Mas o hotel teve que ser leiloado para pagamento de dívidas da Rede Tropical de Hotéis, que pertencia à antiga Varig.

O hotel foi construído nas areias da praia de Tambaú na década de 1970. Até então, a área era bem diferente. A historiadora Maiara Belo explica que até antes da década de 50, a área era majoritariamente ocupada por pescadores. Com a construção da Avenida Epitácio Pessoa, que liga o Centro à praia, houve uma reforma urbana, em que a elite que vivia na região central – onde a cidade nasceu – começou a migrar para a orla.

São ao todo 173 apartamentos, quase todos com vista para o mar ou para os jardins internos. Seu projeto arquitetônico é assinado por Sérgio Bernardes.

O hotel fazia parte da Rede Tropical de Hóteis, que pertencia à antiga Varig. A partir de 2006, passou por diversas dificuldades, até fechar as portas em 2020. Em 2020 e 2021, houve leilões para pagamento de dívidas da rede e o local chegou a ser arrematado duas vezes, mas houve questionamentos na justiça.

Com informações do Portal Paraíba 

 

 

Próximo post
Fernanda Torres recebe maior honraria da cultura brasileira por “Ainda Estou Aqui”
Post anterior
Ana Hickmann revela já estar casada com Edu Guedes no civil e garante cerimônia religiosa