A Coca-Cola anunciou nesta quarta-feira (10) a escolha do brasileiro Henrique Braun como novo presidente-executivo da companhia. Ele substituirá James Quincey a partir de 31 de março, marcando um dos movimentos mais importantes no comando da gigante mundial de bebidas.
Com 30 anos de trajetória na empresa, Braun, de 57 anos, já liderou operações na China, Coreia, Brasil e América Latina. Até então, ocupava o cargo de diretor de operações (COO), atuando diretamente na cadeia de suprimentos, desenvolvimento de novos negócios e relacionamento com engarrafadores, área estratégica para o modelo operacional da Coca-Cola.
Transição no comando
Henrique Braun e James Quincey ingressaram na Coca-Cola no mesmo ano, 1996. Quincey, que está à frente do comando global desde 2017, deixa um legado significativo: durante sua gestão, as ações da empresa valorizaram cerca de 63%, mesmo em um cenário de mudanças aceleradas nos hábitos de consumo.
Sob seu comando, a Coca-Cola ampliou o foco em produtos sem açúcar, bebidas de baixa caloria e categorias premium, como café, leite e energéticos, impulsionadas por aquisições estratégicas, entre elas o leite Fairlife, um dos maiores sucessos recentes.
Novo foco estratégico
Ao assumir o posto, Braun afirmou que sua prioridade será manter o ritmo de crescimento e reforçar a integração com os engarrafadores.
“Vou me concentrar em dar continuidade ao impulso que construímos com nosso sistema. Trabalharemos para desbloquear o crescimento futuro em parceria com nossos engarrafadores”, declarou.
Sua nomeação ocorre em um momento em que grandes empresas de alimentos e bebidas buscam adaptar seus portfólios à demanda crescente por produtos mais saudáveis, acessíveis e alinhados a novos padrões de consumo.
Repercussão no mercado
Analistas avaliam que a transição deve manter a estratégia de inovação e renovação do portfólio. Para Kimberly Forrest, diretora de investimentos da Bokeh Capital Partners,
“Quincey estabeleceu um padrão elevado. Os investidores podem esperar que o novo presidente-executivo continue a renovar o portfólio de marcas.”
A mudança se soma a uma onda de reorganizações em cargos de alta liderança em diversas companhias globais de bens de consumo ao longo de 2025, diante de desafios na cadeia de suprimentos, tarifas e comportamento dividido dos consumidores.
