
João Pessoa, PB – As histórias de um dos mais importantes símbolos do patrimônio histórico nacional, a Pedra do Ingá, ganham novas narrativas através da arte de três talentosos paraibanos. Essa união entre arte contemporânea e ancestralidade inspira a exposição “PEDRA POEMA: Entre Pedras, Poesia e Sons”.
O projeto é fruto de um ano de dedicação e criação dos artistas Yuri Gonzaga (músico), Gonzaga Costa (ilustrador) e Jacira Garcia (ceramista). A mostra, que funde música, pintura e cerâmica, será inaugurada no dia 7 de novembro, às 16h, na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, em João Pessoa, com entrada franca.

Diálogo entre Passado e Presente
A exposição aprofunda-se na simbologia das Itacoatiaras do Ingá, reconhecidas como o conjunto mais representativo de gravuras rupestres no Brasil. A iniciativa propõe um diálogo fluido entre o passado e o presente, contrastando a solidez da pedra com a expressividade da arte. A trilha sonora, as texturas e as formas concebidas pelos artistas visam traduzir o mistério, a energia e a poesia inerentes às inscrições milenares, que há séculos fascinam pesquisadores e poetas.
Com curadoria do artista plástico e professor Ilson Moraes, o projeto “Entre Pedras, Poesia e Sons” foi diretamente inspirado nas poesias de Juca Pontes, autor do livro “Itacoatiara”, que serviu como guia conceitual e poético. Moraes ressalta: “É um encontro de tempos: o olhar contemporâneo dos artistas sobre a herança ancestral das pedras do Ingá. Cada obra é uma tentativa de ouvir o que aquelas inscrições têm a dizer sobre quem fomos — e quem somos”.

O projeto contou com o valioso apoio do historiador ingaense Neto Lira e da equipe responsável pela administração do sítio arqueológico. Lira enfatiza a importância da iniciativa para além da história: “É muito importante esse trabalho dos artistas para com a pedra, porque isso também é um reflexo de divulgação e, a partir da divulgação, traz para si o olhar para a pedra e, com isso, a preservação. Como a gente vai preservar algo se a gente não conhece? E qual é a forma mais bonita de valorizar uma coisa se não pela arte, né”, questiona.
Mais do que uma simples mostra, o projeto instiga uma reflexão sobre como a arte pode aproximar o público do patrimônio cultural brasileiro, especialmente em um contexto de crescentes discussões sobre a preservação dos sítios arqueológicos e da memória coletiva.
A realização desta iniciativa faz parte do projeto maior “Entre Pedras, Poesia e Sons”, que foi contemplado no edital de chamamento público nº 60.010/2024 da Fundação Cultural de João Pessoa – FUNJOPE, através das ações da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).
SERVIÇO:
Exposição: PEDRA POEMA: Entre Pedras, Poesia e Sons Entrada gratuita
Abertura: 7 de novembro, às 16h
Local: Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, João Pessoa (PB)
Visitação:
Terça a sexta: das 9h às 18h
Sábados e domingos: das 10h às 18h
- Realização: Projeto “Entre Pedras, Poesia e Sons” – Yuri Gonzaga, Gonzaga Costa e Jacira Garcia
- Curadoria: Ilson Moraes
- Apoio: FUNJOPE | Política Nacional Aldir Blanc (PNAB)


