Santander prevê queda de 16% no lucro corporativo do 3º tri devido à economia fraca

 

Foto: Reprodução

 

De acordo com o relatório Equity Strategy Insights (divulgado na segunda-feira, 27), o Santander avalia que a perda de dinamismo econômico no terceiro trimestre (julho a setembro) permitiu que a inflação começasse a recuar.

Essa mudança de cenário, segundo o banco, abre caminho para que o Banco Central inicie o corte da taxa de juros no começo de 2026. Contudo, o Santander projeta que, nesse mesmo trimestre, o lucro líquido corporativo deve ter um recuo médio de 16% na comparação anual, embora a receita e o EBITDA apresentem leve alta.

A equipe macroeconômica do Santander ajustou a projeção do PIB do terceiro trimestre de 2025 para apenas +0,2% na comparação trimestral, refletindo sinais claros de desaceleração na economia brasileira, notadamente a partir de julho.

Apesar da inflação anual (IPCA) estar em 5,2% – acima do teto da meta –, a valorização do Real tem ajudado a aliviar as pressões inflacionárias, sobretudo nos alimentos, contribuindo para a redução nas expectativas de inflação para o fim do ano.

Cenário global
O trimestre foi novamente marcado por incertezas geopolíticas, sobretudo na dinâmica do comércio global, segundo o banco. Os EUA anunciaram uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras no início de julho, embora o impacto econômico tenha sido limitado.

Outro ponto foi o início do ciclo de cortes de juros pelo Fed (Federal Reserve). No dia 17 de setembro, o Fed anunciou o corte de juros de 0,25 ponto percentual, reduzindo-os da faixa entre 4,5% e 4,25% para o patamar entre 4,25% e 4,0%.

Expectativa para o terceiro trimestre
O relatório do banco indica que os resultados corporativos venham a mostrar um recuo médio de 16% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado, com leve alta na receita e no faturamento operacional (EBITDA). Os números indicados no relatório são os seguintes:

Receita líquida: aumento médio de 7%:
EBITDA: aumento médio de 3%;
Lucro líquido: queda média de 16%
Para os setores domésticos especificamente, a projeção foi de aumento de 10% na receita líquida e 9% no EBITDA, e uma queda de 8% no lucro líquido.

A principal conclusão é que o terceiro trimestre de 2025 provavelmente marcarão o ponto mais baixo do crescimento do lucro líquido.

Destaques setoriais e empresas
Setorialmente, o Santander avalia que metais e mineração tragam resultados sólidos (EBITDA do setor aumentando cerca de 30% em relação ao ano anterior), apoiados por preços mais altos, custos estáveis e volumes crescentes. Celulose e papel podem vir a apresentar resultados neutros a negativos, com uma queda de 12% no EBITDA em relação ao ano anterior, devido aos menores preços da celulose.

No setor de bancos, Itaú e Bradesco devem manter um bom momento, mas o Banco do Brasil pode apresentar desempenho abaixo das expectativas. Já o varejo poderá refletir uma desaceleração impulsionada por fatores macroeconômicos, embora nomes como SmartFit e Vivara sejam vistos como resilientes, segundo diz o relatório.

Em relação às empresas, os destaques positivos e negativos projetados pelo Santander são os seguintes:

Positivos

Bradesco: lucro líquido recorrente de R$ 6,3 bilhões, alta de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Direcional: margem bruta acima de 40%, com expansão de mais de 200 bps (pontos de base);
Cury: lucro líquido de R$ 243,1 milhões, avanço de +42,5% em relação ao terceiro trimestre de 2024;
SmartFit: crescimento da receita bruta projetado em 30%;
Rede D’Or: forte crescimento de receita e significativa expansão da margem EBITDA.
Negativas
Banco do Brasil: lucro líquido ajustado de R$ 3.714 milhões, 8% abaixo do consenso;
Ambev: EBITDA projetado em R$ 6,2 bilhões, 11% abaixo do consenso;
Suzano: EBITDA de R$ 5,3 bilhões, queda de -13% em relação ao mesmo período de 2024.
Bolsa

O relatório do Santander também indica que o Ibovespa seja negociado na faixa de 142 mil a 148 mil pontos até que o fluxo de capital estrangeiro mais forte se materialize, o que deve ocorrer provavelmente por volta de janeiro de 2026.

Conforme revelou reportagem da Forbes em setembro deste ano, época em que o índice alcançou sucessivos recordes, o investimento internacional era quem patrocinava esse desempenho, principalmente pelo fato B3 não ter registrado IPOs e nem grande ofertas de ações.

Segundo o Santander, em 2026, uma quebra acima de 148 mil sinalizaria potencial para o índice alcançar 155 mil pontos.

Com informações de Forbes

 

Category: Sociedade
Próximo post
Lance Mínimo: Relógio de Francis Ford Coppola em Leilão
Post anterior
Camila Queiroz, grávida de 8 meses, desfila com charme e beleza em evento de grife em SP