Era manhã de sábado, quando fomos recebidos pelo artista plástico Raul Córdula e Amelinha, na residência no Recife. O objetivo? Gravar um episódio do Gera Podcast. O propósito? Preservar a memória. Ganhamos muito maisconhecimentos…

Córdula, para quem não sabe, é considerado um dos mais importantes representantes do abstracionismo geométrico brasileiro, harmonizando cores e formas. Sua arte mantem uma luminosidade tropical e isso é especial para os olhos. O artista começa a pintar em 1958, realizando ao longo da sua vida47 exposições individuais, 66 coletivas. O inquieto Raul realiza muitas coisas ao mesmo tempo…inicia ilustrando poesias da Geração 59 do suplemento literário do Jornal A União. Em 1960, vai morar no Rio de Janeiro, para estudar no Instituto de Belas Artes e, com também vai aprender técnica em pintura no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro – MAM/RJ. Entre 1963 e 1965, supervisiona o setor de artes plásticas da Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Atua como cenógrafo das TVs Tupi, Bandeirantes e Globo.

Em 1967, o gestor Córdula, torna-se diretor do Museu de Arte Assis Chateaubriand de Campina Grande. Idealiza, em 1977, o Núcleo de Arte Popular e Artesanato – NAP, da Casa de Cultura de Pernambuco, no Recife. Também coordena o Núcleo de Arte Contemporânea da UFPB entre 1978 e 1985. Leciona história da arte e fundamentos da linguagem visual nos cursos de educação artística e arquitetura e urbanismo da UFPB. É contratado pelo Museu de Arte da Moderna da Bahia – MAM/BA para coordenar a implantação do Salão MAM – Bahia de Artes Plásticas, em 1994. Torna-se diretor de desenvolvimento artístico e cultural da Fundação Espaço Cultural da Paraíba – Funesc entre 1997 e 1998. A partir dos anos 2000 se torna curador de arte de várias exposições e artistas. Publica livros de sua autoria e se torna referência para vários estudos de mestrado e doutorado.

Dito isso, passei a entender de sua importância profissional e foi incrível vê-lo relatando cada momento dessa vida tão cheia de realizações. As gravações seguiram entre risadas e emoções para, ao terminar, degustarmos o almoço, quefoi feito pelo próprio Raul e servido com carinho pelo casal. Foi um privilégio e honra ter compartilhado todo o talento, pensamento crítico do gênio Raul Córdula.

Texto por Patricia Rabello