O Domínio da Nuvem: Três Gigantes Controlam 60% do Mercado Global.

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Embora aplicativos de transporte, bancos digitais e plataformas de streaming operem 24 horas por dia, a internet se baseia em uma fundação que é, ao mesmo tempo, invisível e concreta: a computação em nuvem.

Os efeitos são sentidos globalmente. quando interrupções recentes na AWS (Amazon Web Services) — braço de nuvem da Amazon — impactaram empresas como Mercado Livre, iFood, Canva e Wellhub e expuseram a fragilidade de uma economia digital concentrada em poucos provedores.

Hoje, segundo a Statista, plataforma alemã especializada em análise e coleta de dados, três empresas concentram mais de 60% da infraestrutura global de nuvem: AWS (30%), Microsoft Azure (20%) e Google Cloud (13%).

A computação em nuvem é a entrega de diversos recursos e serviços de TI — como poder de processamento, armazenamento, bases de dados e até inteligência artificial — sob demanda, através da internet.

Em vez de as empresas precisarem construir e manter seus próprios data centers (centros de dados), elas contratam essa capacidade computacional de provedores externos, pagando apenas pelo que consomem, de forma semelhante a como se utiliza a eletricidade de uma concessionária de energia. Isso oferece flexibilidade e escalabilidade, permitindo que as companhias aumentem ou diminuam seus recursos conforme a necessidade.

Essa lógica permite escala, agilidade, flexibilidade e economia, atraindo desde startups até grandes empresas consolidadas.

Além de AWS, Microsoft Azure e Google Cloud, há outros provedores, mas com atuação regional ou setorial. Alibaba (4%), Oracle (3%) e IBM (2%) são os principais nomes desse grupo.

No segundo trimestre de 2025, os investimentos em infraestrutura cresceram 25% em relação ao mesmo período de 2024 — um salto de US$ 20 bilhões, totalizando US$ 99 bilhões para os três meses que terminaram em junho. Mesmo assim, falhas como a desta segunda-feira, 20, na AWS ainda podem ocorrer e desencadear apagões digitais em escala global.

Desde sua fundação em 2006, a AWS mantém sua posição de liderança incontestável na infraestrutura de nuvem. Em 2024, a empresa consolidou seu domínio ao gerar mais de US$ 108 bilhões em receita, contribuindo com aproximadamente 60% do lucro operacional da Amazon. Apesar da crescente concorrência, impulsionada em grande parte pela demanda por Inteligência Artificial, a AWS sustenta sua dianteira. O mercado global de computação em nuvem, por sua vez, está em plena expansão e deve atingir um novo recorde histórico, com receitas superando a marca de US$ 400 bilhões neste ano, de acordo com a Statista.

Diante da alta concentração do mercado e dos riscos de inatividade, as empresas devem priorizar a resiliência digital. Para isso, é crucial implementar estratégias como a operação em múltiplas zonas de disponibilidade, a adoção de uma abordagem multicloud (usando mais de um provedor) e a utilização de ferramentas de monitoramento e observabilidade em tempo real.

 

 

Category: Negócios
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