De R$ 4,86 a R$ 6,30. Entenda a volatilidade do dólar em 2024

O ano de 2024 fica marcado por recordes históricos do dólar, que começou janeiro em R$ 4,85 e chegou a fechar em R$ 6,26 em 18 de dezembro, a maior cotação da história. No dia seguinte, o câmbio atingiu o maior valor durante um pregão, quando bateu R$ 6,30, embora tenha encerrado o dia a R$ 6,12.

A escalada tem relação com a questão fiscal (que trata da relação entre receitas e despesas da administração pública) no Brasil, fato que tem exercido a maior pressão sobre o dólar.

Além disso, a aprovação do pacote de corte de gastos do governo por parte do Congresso Nacional não foi suficiente para alterar o humor dos investidores. Ele foi considerado tímido por grupos de economistas, apesar de o governo estimar que o encolhimento na economia das medidas ante a projeção sobre o texto inicial foi de apenas R$ 2 bilhões.

O entrave fiscal, afirmam economistas, entra na cota dos fatores locais que exercem pressão sobre o dólar. Mas a alta da moeda norte-americana também está sendo impulsionada em todo o mundo pelos juros nos Estados Unidos (EUA).

A taxa de juros americanos foi cortada pela terceira vez seguida em 18 de dezembro pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Ainda assim, ela permanece em patamar elevado, no intervalo entre 4,25% e 4,50%.

Com os juros nas alturas, os títulos da dívida americana, os Treasuries, exercem forte atração sobre os investidores globais. Tal situação funciona como um aspirador de dólares, elevando a cotação do dólar em relação a outras divisas.

 

Expectativas para o câmbio

Segundo o mais recente Relatório Focus, documento do Banco Central (BC) que reúne as medianas das expectativas do mercado, a moeda norte-americana deverá fechar 2024 cotada a R$6.

Para 2025, a projeção é de que o dólar siga alto, encerrando o ano a R$ 5,90. Para 2026, espera-se que ele feche a R$ 5,84 e, no caso de 2027, a R$ 5,80. O BC vai divulgar a última edição do Focus deste ano na próxima segunda-feira (30/12).

Depois que rompeu a barreira dos R$ 6, analistas chegaram a ver a moeda escalando ainda mais, podendo chegar ao patamar de R$ 7.

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