Com a proximidade do Natal, a prática de deixar a compra dos presentes para a última hora segue como um hábito consolidado entre os brasileiros. Levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, aponta que cerca de 12,2 milhões de consumidores pretendem adquirir os presentes apenas uma semana antes do Natal.
O número representa 10% das pessoas que planejam presentear neste fim de ano, segundo a pesquisa feita nas 27 capitais do país. Entre os principais motivos apontados pelos entrevistados está a expectativa por promoções, citada por 38% dos consumidores. Outros 25% afirmaram aguardar o pagamento dos rendimentos ou da segunda parcela do 13º salário, enquanto 19% reconhecem falta de organização.
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, o comportamento traz riscos ao orçamento familiar. Segundo ele, embora a busca por descontos seja a principal motivação, a alta concentração de consumidores nos dias que antecedem o Natal pode produzir o efeito contrário. “O volume de pessoas, a pressão do tempo e a menor disponibilidade de produtos dificultam a pesquisa de preços e aumentam as chances de compras por impulso”, alerta.
José César destaca ainda que a urgência pode levar o consumidor a aceitar parcelamentos longos e menos vantajosos, o que compromete a saúde financeira nos meses seguintes. “Quem deixa para a última hora precisa estabelecer um teto rígido de gastos e resistir à pressão do momento. A antecipação e a pesquisa continuam sendo as melhores estratégias para economizar e evitar o endividamento”, reforça.
A pesquisa confirma que, mesmo diante de alertas recorrentes, o consumidor brasileiro segue apostando na última semana como estratégia para economizar, assumindo riscos maiores em troca da expectativa de promoções de fim de ano.
