Trabalho remoto em análise: demissões e o futuro do home office

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O debate sobre produtividade no trabalho remoto e híbrido voltou a ganhar destaque após o Itaú Unibanco desligar cerca de mil funcionários monitorados por mais de seis meses por suposta baixa aderência ao home office. Segundo o Sindicato dos Bancários, alguns profissionais registraram períodos de quatro horas ou mais de ociosidade em suas máquinas corporativas.

O banco confirmou as demissões, afirmando que foram resultado de uma revisão criteriosa da conduta no trabalho remoto e do registro de jornada, sem detalhar o número exato de desligados. A decisão levantou discussões sobre como medir eficiência e quais limites éticos existem para o monitoramento de funcionários.

Com a pandemia, o uso de softwares para acompanhar produtividade, como Hubstaff, Teramind e Time Doctor, se popularizou. Eles registram tempo ativo no computador, programas usados e até cliques do mouse. Especialistas alertam, no entanto, que medir apenas movimento não significa avaliar resultados. “Presença sem propósito não garante resultado algum”, afirma Sylvia Hartmann, CEO da startup Remota.

No Brasil, a LGPD garante transparência: funcionários devem ser informados sobre quais dados são coletados e como serão usados. É permitido monitorar emails corporativos, aplicativos de mensagens e sistemas internos, mas não contas pessoais ou aparelhos privados.

O caso do Itaú reflete uma tendência global. Nos Estados Unidos, o Wells Fargo demitiu funcionários que simulavam atividade em home office, e empresas como Amazon, Dell e Goldman Sachs voltaram a exigir presença total. Já empresas como Spotify mantêm modelos flexíveis, permitindo que colaboradores trabalhem de qualquer lugar.

Hoje, mais da metade das empresas brasileiras exige trabalho presencial, enquanto 45% mantêm modelos híbridos. Especialistas alertam que, para o remoto funcionar de verdade, é preciso adaptar práticas, medir resultados com inteligência e respeitar direitos dos funcionários, evitando transformar controle em vigilância.

Com informações da Forbes

Category: Destaques, Negócios
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