
O governo de São Paulo e o governo federal realizam nesta sexta-feira (5), às 16h, na B3, o leilão do primeiro túnel imerso do Brasil, que ligará Santos e Guarujá. O projeto será feito por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), com investimento total previsto de R$ 6,8 bilhões.
Segundo o edital, vence quem oferecer o maior desconto sobre o valor da contraprestação pública anual, fixada em R$ 438,3 milhões. O aporte público será de até R$ 5,14 bilhões, dividido entre os governos federal e estadual. A espanhola Acciona e a portuguesa Moto Engil disputam o certame, que prevê concessão de 30 anos para construção, operação e manutenção do túnel.
A estrutura terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros de túnel imerso sob o canal portuário, com três faixas por sentido, uma delas reservada a veículos leves. A expectativa é reduzir a travessia entre Santos e Guarujá de até uma hora para apenas cinco minutos. A obra deve gerar cerca de 9 mil empregos diretos e indiretos.
Diferente dos túneis tradicionais, o túnel imerso será formado por módulos de concreto pré-moldados, construídos em doca seca, transportados por flutuação e submersos com precisão no leito do canal. A previsão é que as obras comecem em 2026 e terminem até o final de 2028.
Além do túnel, a PPP inclui a concessão das travessias litorâneas e fluviais, com modernização de 14 linhas aquaviárias, manutenção da política tarifária atual e aquisição de 48 embarcações, incluindo modelos elétricos. O investimento é estimado em R$ 1 bilhão, com foco em eficiência e sustentabilidade.
O evento contará com a presença do governador Tarcísio de Freitas, do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A comunidade da região portuária e os moradores das cidades vizinhas esperam ansiosos, já que o túnel promete transformar o fluxo de pessoas e a segurança das embarcações no Porto de Santos.
A ideia de criar uma ligação seca entre Santos e Guarujá existe desde 1927, passando por diferentes projetos, como pontes e túneis para bondes e navios, até chegar ao modelo moderno do túnel imerso, que finalmente sai do papel.