
Birkin ou uma Kelly, os modelos mais famosos da Hermès, é o desejo de muitas mulheres e fashionistas. Mas, mesmo com dinheiro, sair de uma loja da marca com uma Birkin nos ombros não é fácil. A exclusividade é mantida por um rígido sistema de cotas: cada cliente pode comprar até duas bolsas por ano, e somente depois de construir um histórico de compras frequentes.
Essa escassez frustra alguns e abre oportunidades para outros. Hoje, colecionar bolsas de luxo não é só questão de estilo: pode ser um investimento lucrativo. Enquanto ações de gigantes do luxo recuam em meio a crises globais, algumas bolsas de segunda mão continuam subindo de preço, graças à combinação rara de escassez, durabilidade e prestígio.
A empresária Andrea Bogosian percebeu isso na prática. Começou a colecionar Hermès em 2010 por paixão e, cinco anos depois, notou que suas peças se valorizavam mais que em lojas: “Consegui unir paixão, exclusividade e estratégia financeira”, afirma.
Nos últimos 10 anos, o retorno médio das bolsas Hermès superou 14% ao ano, ou cerca de 270% na década, acima de índices como S&P 500 e Ibovespa. Para Lilian Marques, CEO da Front Row, maior revendedora brasileira de luxo, bolsas de 10 a 30 anos bem conservadas continuam valorizando, especialmente se enviadas periodicamente para o “spa” da marca.
Mas atenção: nem todo artigo de luxo é investimento. Roupas e calçados raramente ganham valor, e até mesmo bolsas famosas, como a Chanel clássica, podem desvalorizar até 50% fora da loja. O segredo está em saber o que comprar, como guardar e quando vender.
No fim, colecionar bolsas Hermès virou quase um mercado de arte: exige curadoria, conhecimento e timing, mas pode transformar um item de moda em um verdadeiro ativo financeiro.
Rendimento das Bolsas Hermès vs. Outras Aplicações (2014–2024, média anual em dólares)
• CDI: 1,6%
• Ibovespa: 3,3%
• Ouro (B3): 5,6%
• Bolsas Hermès: 13,9%
Com informações da Forbes