

Em 1997, li nas páginas amarelas da Veja algo que me marcou para sempre.
Era uma entrevista com a socialite n°1 do país — Carmen Mayrink Veiga. Falava das angústias, religião, de como enfrentava os novos tempos e a crise…
No final da reportagem, uma frase selaria de vez nossa aproximação ao mito social mais emblemático do Brasil: Estou pronta para trabalhar! Trabalhar?! Mas trabalhar em quê? Onde poderia se encaixar aquela incrível e linda mulher que, até então, se mantinha no Olimpo da riqueza, fazendo a cena social carioca ficar mais glamurosa?
Lembrei — em ato seguinte — que Hildegard Angel já tinha levado CMV ao Instituto Zuzu Angel, para palestra sobre alta costura. Claro! Estava ali, o caminho. Parti para chegar até a famosa dama e contratá-la. Com a ajuda de amigos como Gisele Cittadino — ela conhecia um advogado dos Mayrink Veiga — consegui chegar a Antônia, a linda filha de Carmen.
Muitas conversas, excesso de cuidados naturais, para a mãe não se expor, e o contrato foi fechado. O anúncio da vinda da Carmen à Paraíba, na coluna de O Norte, foi bombástico! Rendeu, de saída, nota na coluna Gente da revista Veja. “Ela vai trabalhar em quê?!”, perguntava o repórter. E o editor disse: “Vai falar sobre o que ela entende: moda”.]
O sucesso foi tão grande que, antes mesmo de ser realizada no Hotel Tambaú, a pedidos, começamos a montar uma outra, em Recife. Carmen causava onde passava. Tinha luz, brilho e conhecimentos. Na capital pernambucana, além do frisson social, Carmen rendeu reportagem para o Bom Dia Brasil, com Renato Machado se derretendo pela vitória e o sucesso da amiga. Ela fez outras palestras, lançou livros, colaborou com O Dia e com o extinto jornal Gente, que circulava aqui na Paraíba.
“Sou eu, Carmen! Como vai Patrícia? E os meninos?”. Era, invariavelmente, assim que começavam os longos telefonemas, como quando decidiu nos homenagear com um almoço no Rio. Onde? No fechadíssimo e chiquérrimo Country Club. “Vamos eu, você, Patrícia, talvez Antônia, a Suely e o Ricardo (Stambowsky). Outra vez, informou: Vou lançar um livro e quero vocês aqui.
“Gerardo, é Ricardo Stambowsky, a Carmem vai ser capa da nova edição da Vogue. E vai ter festa no Copa para ela. Vocês podem vir?! Foi nessa festa que
recebemos o carinho mais apoteótico que uma celebridade destina a um amigo. Carmen nos recebeu na porta do Copa e anunciou para a imprensa: são meus amigos do Norte!!! Façam fotos!!! A Caras – com fotos gigantes em três páginas – JB e O Globo registraram.
A retribuição pela acolhida paraibana, rendeu de outras formas. É pra dizer que você é o máximo?”, perguntou ao fazer uma ponte para chegarmos a Costança
Pascolato. Havia gestos, carinho, respeito e gratidão no que falava. Uma mulher inteligente, ícone de elegância e beleza.
Grande Carmen!
Inesquecível Carmen!!!