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A moda terá que se reinventar

julho 17, 2020Gerardo RabelloModa

Gabriela Maroja fala da moda em tempo de pandemia

Nesse momento de isolamento social, o mundo inteiro se questiona como ficará a moda. Quais as principais mudanças que enfrentaremos? Tudo vai continuar do mesmo jeito ou não? Para responder essas perguntas conversei com Gabriela Maroja, estudiosa da cultura da moda e consumo.
Gabriela Maroja é referência em cultura da Moda e Educação. Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal da Paraíba e em Design Gráfico pela Faculdade Estácio/ IDEZ, ela é especialista em Cultura de Moda pela Universidade Anhembi Morumbi e mestre em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba. Coordenou a Especialização em Produção de Moda e Styling do Unipê onde atuou também como professora da graduação em Design de Moda. Ela também é diretora e coordenadora pedagógica da Livre Escola Criativa.

Como autoridade de moda como será a moda pós-pandemia?

-Eu não tenho coragem de fazer muita previsão, pois acho que tudo ainda está muito incerto. Tenho visto algumas mudanças no comportamento de consumo, uma maior consciência, que já vinha acontecendo e agora foi antecipado. Mas uma coisa é certa, as pessoas estão pensando muito antes de comprar produtos de moda e isso é um efeito cascata da pandemia que também trouxe uma crise econômica sem precedentes. A moda então terá que se reinventar, criar novos significados, conhecer muito seu consumidor.

-Como você observa as semanas de moda com desfiles online. Você acha que os empreendedores e investidores vão acabar com os eventos físicos? Isso é bom ou não? Teremos prejuízos?

Os desfiles já vinham perdendo força há um tempo, permaneceram as marcas de luxo, Alta Costura, cuja troca é ainda muito compensadora, mas as semanas de moda tradicionais já estavam “saindo de moda” em benefício de outras formas de divulgação, como os filmes de moda (fashion film), evento multimídias, o digital muito forte nessa nova divulgação. As soluções encontradas pelas marcas de fazer desfiles virtuais trouxeram benefícios como diminuição de custos, maior abrangência de público, dentre outras, e podem ser importantes aliadas. Mas acredito no hibridismo, teremos um pouco de tudo, o que vai funcionar melhor para cada marca e seu público.

Fotos: Elyenai Fernandes

-Na sua opinião como formadora de opinião, fundadora do curso de moda e pós graduação no Unipê , a moda autoral cresce em momentos como esse em que estamos vivendo de isolamento social?

Sim, porque cresce a consciência sobre o consumo, as pessoas procuram coisas que dêem mais proximidade com suas identidades, a moda autoral vive um bom momento, apesar da crise, as marcas que estão demonstrando seus propósitos, são transparentes, se aproximam de seus consumidores, se destacando frente às marcas sem propósito e muitas vezes sem ética. Acredito muito que quem souber aproveitar o momento pode se destacar e sair mais fortalecido.

– O futuro é a moda sustentável?

Olha, não sei se acredito 100% na sustentabilidade, mas acho que refletir sobre isso, fazer escolhas mais inteligentes, comprar de marcas locais, cobrar posicionamento das marcas, são passos necessários para o futuro, o que não dá é para continuarmos no consumismo exagerado que gerou uma indústria maléfica, altamente poluente e obsoleta. Precisamos pensar no desenvolvimento sustentável e nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS ONU agenda 2030) em todas as ações de nossa vida, incluindo aí a produção e o consumo de moda.

-O movimento de vendas online já é uma realidade. Você acredita que esse mercado vai crescer ainda mais?

Sim, o crescimento das vendas on-line é uma realidade. Apesar do discurso do consumo consciente, temos também uma ação de “consumo de revanche” e nesse ponto as lojas virtuais têm sido aliadas especialmente dos consumistas. Brechós on-line também tem pipocado, muita gente desapegando de suas arrumações durante o período de isolamento, outros brechós que só existiam fisicamente, todos que se adaptaram cresceram muito, e hoje não é necessário mais ter uma loja virtual elaborada, as vendas acontecem pelas redes sociais, especialmente Instagram e Whatsapp. A crise dói, estamos atravessando as dores financeiras e sentimentais, afinal, vários de nós perdemos amigos, parentes. Quem atravessar essa tempestade com coragem e adaptação, certamente sairá mais forte.

Você é diretora da Escola Livre. Fale sobre os objetivos da escola e novos projetos.

– A Livre é uma escola não convencional, surgiu de uma necessidade do mercado das áreas criativas, de ofertar cursos mais alinhados com o mercado, mais curtos e práticos. Aproveitei a experiência no Ensino Superior para pensar no que funciona ou não nos tempos atuais. Nosso objetivo não é oferecer um diploma, que para alguns nem faz mais sentido, mas de oferecer conhecimento real, maior interação do aluno com o professor. Temos projetos paralelos também como consultorias para empresas na área de Visual Merchandising, fardamento, figurino para artistas, pesquisas de mercado para a moda, desenvolvimento de coleção. E um estúdio de fotografia onde temos o serviço de books para pessoas e profissionais. O estúdio também é utilizado para nossas aulas práticas de fotografia, styling, set design. A escola é um espaço múltiplo, interativo e vivo, realizamos eventos como o Casa Livre, Papo Livre, Cine Livre, na intenção de ir além da sala de aula. Os novos projetos envolvem o lançamento de cursos on-line com professores da várias partes do país e muita interação. Isso enquanto não podemos estar juntos outra vez… Que espero ser em breve!

 

Comentários
: Lilian Moraes, Moda
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